Em muitos lugares do mundo, mudanças nas leis e avanços sociais permitiram que casais homoafetivos possam ter filhos biológicos. Devido ao amparo da legislação, a medicina reprodutiva é uma grande aliada dos casais que têm esse sonho.

No Brasil os procedimentos de reprodução assistida são devidamente legalizados e permitem sua realização e registro legal dos filhos. Basta que após a realização do procedimento seja feito uma declaração da clínica, que se juntará à um processo que seu advogado deverá encaminhar na justiça para registro de sua descendência.

Uma das formas mais eficientes de transformar esse desejo em realidade é a fertilização in vitro. Bastante popular desde sua criação, nos anos 70, a técnica apresenta números que demonstram o seu sucesso.

Quer entender como a fertilização pode ajudar casais homoafetivos a terem filhos? Leia o texto e confira!

O que é fertilização in vitro?

A fertilização in vitro é uma técnica usada para unir os gametas masculinos e femininos em um laboratório. No processo, os embriões são formados fora do útero da mulher, para onde são transferidos posteriormente.

Realizado em uma clínica de reprodução humana, com o acompanhamento de profissionais especializados, o procedimento é uma excelente alternativa para casais homoafetivos, que querem realizar o sonho de ter filhos. É a alternativa mais eficiente para alcançar uma gravidez, por isso sempre será nossa primeira escolha, poupando tempo e dinheiro para o casal, além de oferecer habitualmente chance de nova tentativa através do descongelamento dos embriões excedentes.

Se o casal tiver condições clínicas, poderá ser opção a inseminação artificial ( colocação da amostra de sêmen no interior do útero para fertilização espontânea do óvulo). Não é nossa primeira escolha porque tem menor chance de gravidez ( no máximo 20% ), tem pior custo-benefício embora seja mais barato em números, e não tem a possibilidade de criopreservar amostra igual a primeira opção ( FIV ).

Fertilização para casais homoafetivos femininos

Para casais homoafetivos femininos, a fertilização in vitro possibilita a participação ativa das duas parceiras na gestação. Enquanto uma fornece os óvulos, a outra recebe os embriões em seu útero após a fecundação ou quem doa, recebe seus próprios embriões. Isto está normatizado pelo conselho federal de medicina desde 2017, facilitando os trâmites legais do processo.

Em mulheres abaixo dos 35 anos, a taxa de sucesso chega a 60%, número que fica em torno de 25% quando o tratamento é realizado em mulheres com idade entre 40 e 45 anos.

O sêmen utilizado deve ser oriundo de um banco de sêmen e deve ser pedido com antecedência , antes de iniciar o processo de estimulação ovariana da FIV. A lei não permite que doadores e receptores de material genético se conheçam ou que tenham ganhos financeiros com o procedimento.

Para escolha do sêmen existem vários parâmetros que podem ser escolhidos previamente ao seu envio para a clínica. Veja no site, artigo sobre banco de sêmen para muitas outras informações.

 

Procedimento para casais homoafetivos masculinos

Casais formados por homens podem se beneficiar da fertilização in vitro. Nesse caso, os espermatozoides de um dos integrantes do casal fecundam óvulos fornecidos por uma doadora anônima.

Também é necessária a participação de uma mulher da família de um dos membros do casal, parentes até 4º grau — mãe, irmã, tia ou prima —, que deverá receber em seu útero os embriões fecundados. A receptora não pode ter mais de cinquenta anos de idade.

Etapas da fertilização in vitro

1. Preparação e coleta dos óvulos

O primeiro passo é avaliar se a fertilização in vitro é o tratamento adequado para o casal. Em caso positivo, são usados medicamentos para estimular os ovários a produzirem um maior número de óvulos maduros — normalmente em ciclo natural, é produzido apenas um por ciclo.

Na sequência, os folículos ( local onde ficam os óvulos )  são monitorados em sessões de ultrassonografia transvaginal. Quando atingem o tamanho adequado ( sinal que os óvulos estão maduros ), são coletados em um procedimento realizado sob leve sedação, sem qualquer dor ou mal-estar.

2. Formação dos embriões

Em seguida, os óvulos com maior potencial são colocados juntos com os espermatozoides do doador em um ambiente de cultivo para que ocorra a fecundação. Quando viáveis, os embriões seguem para a etapa seguinte.

3. Transferência dos embriões para o útero

Aproximadamente de dois a cinco dias após a fertilização, os embriões selecionados são transferidos para o útero materno. Caso a receptora dos embriões não tenha passado por processo de estimulação ovariana, será realizado o preparo endometrial com hormônios femininos – estrógeno e progesterona por via oral, para preparar o endométrio para desenvolver seu melhor potencial de nidação embrionária.

Cerca de duas semanas depois, é feito um teste de gravidez para confirmar se o procedimento foi bem-sucedido. Com teste positivo, será marcado um ultrassom após mais 14 dias para diagnóstico final da gravidez – quantos são e como estão !

Caso seja a vontade do casal, é possível congelar e armazenar embriões excedentes por tempo indeterminado, uma vez que estes não se deterioram ou modificam com a criopreservação e dão nova oportunidade com ótimas chances novamente.

Não é por acaso que a fertilização in vitro é considerada um dos maiores avanços da tecnologia em reprodução humana de todos os tempos, com sua enorme contribuição para a medicina reprodutiva e impacto significativo na vida de um grande número de pessoas.

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