Desde o nascimento de Louise Brown em 1978 por FIV- Fertilização in vitro, marco do desenvolvimento da Reprodução Humana muita pesquisa e resultados foram acrescentados aos tratamentos de casais que querem engravidar.

Depois de muitas tentativas, a fertilização em laboratório de um óvulo, resultou em seu nascimento. Vamos entender um pouco, como estas técnicas podem ajudar você.

Fertilização in vitro – FIV

A FIV significa que faremos a junção do óvulo e espermatozoide em laboratório, resultando em um óvulo fertilizado, que iniciará sua multiplicação celular, dando origem a um embrião. A partir de duas células, sabemos que este embrião está em atividade celular e poderemos transferir para seu útero, para aguardarmos uma gravidez.

Suscintamente vamos caminhar nas etapas do processo da reprodução humana em laboratório.

Estimulação ovariana

Inicialmente vamos estimular a ovulação imitando o que a natureza nos ensinou. Logo no início do ciclo, mediante aplicação de hormônios cerebrais responsáveis pelo amadurecimento dos óvulos, iremos acompanhar com ultrassom o processo que pode ser identificado pelo crescimento dos folículos (uma bolha pequena de líquidos, lugar onde ficam os óvulos e as células produtoras dos estrógenos e depois a progesterona). Crescendo os folículos, podemos programar a ovulação mediante aplicação de outro hormônio.

Indutores da Ovulação – Quais as vantagens da sua utilização?

Coleta de óvulos

Com o tempo marcado da aplicação do hormônio que faz ovular e um pouco antes da ovulação, faremos a coleta de óvulos de seus ovários, sob sedação leve, por ultrassom transvaginal guiando uma agulha fina para aspirar os folículos.

Laboratório de reprodução humana

Este líquido aspirado é encaminhado ao laboratório de reprodução humana, onde os óvulos serão identificados e analisados, se estão no momento certo para serem fertilizados. Isto significa que devem estar com metade da carga genética, para se juntar à outra metade proveniente do espermatozoide.

Também nesse laboratório se fará a análise espermática, identificando sua quantidade, motilidade e qualidade. Essa análise será crucial para definição da resposta à pergunta deste artigo.

A fertilização in vitro foi a primeira técnica, onde se junta em meio de cultura em condições controladas, o óvulo e espermatozoide. São condições facilitadoras da fertilização realizada fora da mulher.

Evidentemente existem inúmeras variáveis a serem controladas para que isto ocorra. Um laboratório de reprodução humana é especializado na manipulação dos gametas com o objetivo de obtermos embriões. Para isto são ambientes com muitas variáveis controladas, e muitos aparelhos específicos como microscópios, lupas, incubadoras, micromanipuladores, filtros de ar, controles de temperatura, concentração de gases, limpeza e higienização constantes, para condições ideais de crescimento celular.

Condições especiais para realização do tratamento de reprodução humana

Neste ambiente, se existirem óvulos em metáfase II (com metade da carga genética) e espermatozoides móveis, de boa qualidade e em concentração acima de 1 milhão/ml, teremos as condições ideais para o processo que chamamos fertilização in vitro. Significa que temos condições em laboratório para a fertilização espontânea do óvulo em meio laboratorial.

Estas condições facilitam e muito, que ocorra a fertilização ovular, ultrapassando tanto problemas de origem feminina, como obstruções tubárias, endometriose, infecções e outras tantas que não temos exames para diagnosticar. Também fatores masculinos como a diminuição da quantidade, qualidade e motilidade espermática serão imensamente trabalhadas, para se chegar à formação do embrião.

Transferência embrionária

Uma vez conseguido o embrião, este deve ser transferido para o útero materno, devidamente preparado por aqueles hormônios do ciclo estimulado. Pronto, agora é só esperar 14 dias para identificação da gravidez por exames de sangue ou urina.

Injeção intracitoplasmática de espermatozoides – ICSI

Mas vimos acima que existem condições colocadas para se obter a fertilização. Daí que se desenvolveu a técnica chamada injeção intracitoplasmática de espermatozoide – ICSI.

A ICSI é uma evolução, ou sofisticação da fertilização in vitro, onde através de micromanipuladores e pequenas agulhas se consegue injetar apenas um espermatozoide diretamente no citoplasma do óvulo. Se sabe que a membrana celular do óvulo em condições naturais, seleciona e impede que um segundo espermatozoide entre dentro do óvulo, quando um primeiro já o fez. A natureza maravilhosamente seleciona um óvulo e um espermatozoide para se juntarem. Mas para isto, este óvulo deve estar em momento adequado e existir uma concentração mínima de um milhão de espermatozoide em boas condições, para que estatisticamente possa ocorrer este processo em laboratório.

Na natureza para que ocorra espontaneamente a fertilização, é necessário 15 milhões de espermatozoides, com 32 % de boa motilidade e pelo menos 4% de boa qualidade. São estes os parâmetros requisitados em um espermograma de avaliação prévia ao tratamento.

O papel da ICSI na infertilidade de fator não masculino na idade materna avançada

Quando não se consegue esta concentração de espermatozoides, ou se tem uma queda acentuada de sua qualidade e motilidade, devemos lançar mão da ICSI, onde se coloca artificialmente por uma agulha mais fina que a espessura de um cabelo, o espermatozoide dentro do óvulo. Daí precisamos somente de um espermatozoide para cada óvulo!

A indicação principal desta técnica é para um fator masculino grave ou se em ciclos de FIV anteriores, não se conseguiu fertilização.

A ICSI foi primeiramente utilizada em 1992 e veio para resolver casos, que antes não tínhamos como resolver, senão propondo o uso de sêmen de doador, muitas vezes negada pelo casal, uma vez que não teria material genético do parceiro.

Quando foi difundida esta técnica, inúmeros serviços passaram a utilizar a ICSI com resultados magníficos e assim foi, que praticamente se passou a só utilizar esta técnica. Com o passar dos anos, novos trabalhos foram sendo realizados para comparar as duas técnicas e assim escolher o que seria melhor para os casais. O que ocorreu, e hoje está bem definido, que as duas tem que ser utilizadas, não havendo beneficio de utilização da ICSI, se não for para resolver fator masculino grave ou falhas pregressas, já que se demonstrou, que a taxa de bebes em casa é ligeiramente melhor quando se utiliza a FIV convencional.

Benefícios da utilização de FIV ou ICSI

As definições dos detalhes do tratamento devem ser discutidas sempre com o casal demonstrando os benefícios e percalços que podem ocorrer diante de cada caso. Mas uma coisa é benefício incontestável para as duas técnicas: formando o embrião em laboratório e transferindo diretamente para o útero, uma série de etapas do processo natural serão puladas, e com a possibilidade de formação de mais embriões, se ajusta as condições para além de ultrapassar a causa de infertilidade, se melhorar em 4-5 vezes as chances de gravidez.

Conforme orientações da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRA) e da Red Latinoamericana de Reproducción Asistida (REDLARA), estamos realizando consultas por teleconferência, entre em contato conosco e agende sua consulta.

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