A pré-eclâmpsia é uma condição que normalmente ocorre após 20 semanas de gravidez e é especifica da gravidez.  É uma combinação de:

  • Aumento da pressão arterial (hipertensão);
  • Edema;
  • Proteína na sua urina (proteinúria).

A causa exata da pré-eclâmpsia não é compreendida, mas envolve modificações hormonais, renais e adaptações inadequadas que ocorrem durante a gravidez, para melhorar o fluxo placentário.

Não há relação da pré-eclâmpsia com tratamentos para engravidar, ou seja, fazer o tratamento não altera as chances de sua incidência, estando ligada aos outros fatores clínicos facilitadores de sua aparição.

É específica da gravidez, significa que mesmo você tendo pressão normal prévia à gravidez, ela pode ocorrer, mas pode ser superajuntada à uma hipertensão prévia.

Muitas vezes, não há sintomas e só é identificada em sua consulta do pré-natal de rotina.

Ocorre mais comumente nos extremos da vida reprodutiva: ou muito nova ou nas gestantes de mais idade.

Por que preciso saber se tenho pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é comum, afetando entre duas e oito em cada 100 mulheres durante a gravidez. Geralmente é leve e normalmente tem muito pouco efeito na gravidez.

No entanto, é importante saber se você tem esta condição porque, em um pequeno número de casos, pode se transformar em uma doença mais grave, a pré-eclâmpsia grave, com repercussões até fatais para a mãe e o bebê.

Cerca de uma em cada 200 mulheres (0,5%) desenvolve pré-eclâmpsia grave durante a gravidez. Os sintomas tendem a ocorrer mais tarde na gravidez, mas também podem ocorrer pela primeira vez somente após o nascimento.

Os sintomas da pré-eclâmpsia grave incluem:

  • Dor de cabeça severa, que não desaparece com analgésicos simples;
  • Problemas com a visão, como desfocagem ou luzes piscando diante dos olhos;
  • Dor severa logo abaixo das costelas em barra;
  • Azia que não desaparece com antiácidos;
  • Aumento rápido do inchaço generalizado como no rosto, das mãos ou dos pés, em todo o corpo;
  • Sentir-se muito mal;
  • Hipertensão, que muitas vezes não é muito alta.

Estes sintomas são sérios e você deve procurar ajuda médica imediatamente. Em caso de dúvida ou outras dificuldades, entre em contato com a maternidade em que será atendida.

Na pré-eclâmpsia grave, outros órgãos, como o fígado e/ou os rins, às vezes podem ser afetados e pode haver problemas com a coagulação do sangue.

A pré-eclâmpsia grave pode progredir para convulsões ou convulsões antes ou imediatamente após o nascimento do bebê.

As convulsões são chamadas de eclâmpsia e são raras, ocorrendo em apenas uma em 4000 gravidezes.

Que medidas podem ser tomadas se for diagnosticada a pré-eclâmpsia?

A primeira medida será fazer seu acompanhamento pré-natal mais de perto, tentando monitorar sua pressão arterial.

Outras medidas serão:

  • Uso de medicações para abaixar sua pressão. São especificas e que podem ser utilizadas na gravidez, sem prejuízo para seu bebê;
  • Também poderá ser utilizado a aspirina (ac. Acetilsalicílico) em baixas dosagens, mas de uso contínuo, e calmantes para diminuir sua ansiedade;
  • Você deve descansar pelo menos uma hora após as refeições, deitada sobre seu lado esquerdo para diminuir a pressão e melhorar o fluxo placentário. Caso não consiga, as vezes é indicado a internação, só para que seja possível seu repouso;
  • Medidas dietéticas – significa usar alimentos com baixo teor de sódio, a comida deve ser com muito pouco sal (não sem sal) e alimentação que vise baixo ganho de peso no decorrer total da gravidez
  • Caso ocorra o agravamento de suas condições clínicas e/ou do bebê, deverá ocorrer uma internação para melhor monitoramento das condições de saúde e por fim o que resolve tudo – o nascimento do bebê assim que possível.

Como a pré-eclâmpsia pode afetar meu bebê?

A pré-eclâmpsia afeta o desenvolvimento da placenta, o que pode impedir o crescimento do seu bebê como deveria. Também pode haver menos fluido em torno do seu bebê no útero – diminuição do líquido amniótico.

Se a placenta é gravemente afetada, pode haver grave diminuição da oxigenação fetal com repercussões imediatas para o bem-estar fetal, necessitando intervenção obstétrica imediata. Em alguns casos, o bebê pode até falecer no útero.

O monitoramento pré-natal é importantíssimo e visa prevenir ou agir antes destes agravamentos da hipertensão, para garantir saúde para você e seu bebê.

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Quem corre o risco de pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia pode ocorrer em qualquer gravidez, mas você está em maior risco se:

  • Sua pressão arterial estava alta antes de engravidar;
  • Sua pressão arterial foi alta em uma gravidez anterior;
  • Você tem um problema médico, como problemas renais ou diabetes ou uma condição que afeta o sistema imunológico, como o lúpus.

Se qualquer uma destas condições se aplicar a você, informe ao seu médico já na primeira consulta, para uma conduta imediata medicamentosa.

A importância de outros fatores é menos clara, mas o grupo de maior risco envolve:

  • Esta é a sua primeira gravidez;
  • Você tem 40 anos ou mais;
  • Sua última gravidez foi há mais de 10 anos;
  • Você está com excesso de peso – um IMC (índice de massa corporal) de 35 ou mais;
  • Sua mãe ou irmã teve pré-eclâmpsia durante a gravidez;
  • Você está carregando mais de um bebê.

Como a pré-eclâmpsia é monitorada?

Basicamente será realizada a medição de sua pressão arterial, além de alguns exames de sangue e urina.

Este monitoramento terá uma frequência estabelecida por seu médico, podendo ser ambulatorial durante suas consultas ao pré-natal ou até mesmo internada quando houver o agravamento da doença.

É importante também o monitoramento do bem-estar fetal, que será realizado com exames de ultrassom com dopplerfluxometria e/ou cardiotocografia ante parto.

O que acontece depois?

Vai depender de suas condições clínicas e do bem-estar fetal.

É provável que seja aconselhado a ter seu bebê com cerca de 37 semanas de gravidez ou mais cedo, se houver preocupações sobre você ou seu bebê.

A via de parto vai depender de uma avaliação obstétrica, mas pode ser um trabalho de parto induzido ou uma cesariana, para tê-lo antes do que o planejado.

O que acontece se eu desenvolver pré-eclâmpsia grave?

Se você desenvolver pré-eclâmpsia grave, é uma situação de emergência e os cuidados clínicos e obstétrico devem ser muito mais intensos e por isso deverá ocorrer uma internação na maternidade. A tendência é que seja indicado o nascimento do bebê com a maior segurança possível para você e ele, pois é única maneira de prevenir sérias complicações para os dois.

Cada gravidez é única e o tempo exato depende da sua situação particular. Isso deve ser discutido com você. Pode haver tempo suficiente para induzir seu trabalho de parto. Em alguns casos, o nascimento precisará ser por cesariana.

O tratamento inclui internação para monitoramento mais intenso de suas condições clínicas, uso de medicação (comprimidos ou através de um gotejamento na veia) para diminuir e controlar a pressão arterial.

Você também receberá medicação para evitar ou tratar ataques de convulsão (eclâmpsia).

Em casos mais sérios, é necessário seu acompanhamento em unidades de cuidados intensivos.

O que acontece após o nascimento?

A pré-eclâmpsia geralmente desaparece após o nascimento. No entanto, se você tem pré-eclâmpsia grave, as complicações podem ocorrer nos primeiros dias e você continuará a ser monitorada de perto. Talvez seja necessário continuar a tomar medicamentos para diminuir a pressão arterial.

Se seu bebê nasceu precocemente ou for menor do que o esperado, talvez seja necessário manter sua internação.

Não há motivo para não amamentar se desejar fazê-lo. Você pode precisar permanecer no hospital por vários dias.

Quando for para casa, é necessário continuar seu monitoramento até 6-8 semanas ou até sua pressão retornar ao normal.

Posso ter novamente pré-eclâmpsia em uma gravidez futura?

Em geral, uma em seis mulheres que tiveram pré-eclâmpsia irão ter novamente em uma futura gravidez.

Das mulheres que tiveram pré-eclâmpsia grave ou eclampsia:

  • Uma em cada duas mulheres terá pré-eclâmpsia em uma futura gravidez, se o bebê precisou nascer antes 28 semanas de gravidez;
  • Uma em cada quatro mulheres terá pré-eclâmpsia em uma futura gravidez se o bebê precisou nascer antes de 34 semanas de gravidez.

Você deve receber informações sobre a chance, na sua situação individual, de pré-eclâmpsia em gravidez futura e sobre qualquer cuidado adicional que você possa precisar.

É aconselhável entrar em contato com seu médico o mais cedo possível, caso ocorra novamente uma gravidez.

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