A transferência embrionária é o momento de coroação de seu tratamento. Aquela hora que todas as emoções estão transbordando em seus corações.

Então vamos entender algumas peculiaridades desse momento.

Normalmente, após a coleta dos óvulos, você ainda meio dormindo, meio acordada pelo sedativo utilizado para que não tenha nenhum incômodo da aspiração dos óvulos, recebe a notícia de quantos óvulos foram recuperados. 

Nesta etapa encerramos a primeira parte de seu tratamento. Neste dia será feito a fertilização dos óvulos, quer colocando juntos óvulos e espermatozoides, quer injetando um espermatozoide diretamente dentro do óvulo (ICSI).

No outro dia, saberemos quantos foram fertilizados e a partir do segundo dia podemos transferir os embriões para seu útero.

Existe muito questionamento a respeito do dia melhor de transferência, segundo, terceiro ou quinto dia, que se define em fase de blastocisto (as vezes 6º até 7º dia de cultivo).

Para ficar mais fácil vamos definir alguns parâmetros:

  1. A melhor incubadora que existe ainda é seu útero, de forma que sendo possível, quanto mais rápido melhor – entre 2º e 3º dia, pois não há diferença de resultados
  2. Caso não tenhamos muitos embriões então, está definido, transfira logo seus embriões!
  3. Caso tenhamos muitos óvulos e muitos embriões, temos um dilema que é qual embrião escolher. 
  4. Existem inúmeros detalhes tentando classificar os embriões e inúmeras formas de fazê-lo, a grosso modo pode se avaliar um embrião em classes A, B ou C. Intuitivamente se diria que o A é melhor que B, que é melhor que C.
  5. O problema é que todas essas formas de classificar não avalia como será a carga genética dos embriões, que definitivamente é o que determina se este embrião vai virar nenê.
  6. Então não vale esta classificação para definir quem transferir. Até porque se valesse, só deveríamos transferir embriões classe A, e vemos muitas e muitas vezes os últimos embriões que viram gestação.
  7. Uma forma de escolha natural e fisiológica, isto é, sem nossa interferência, é deixar os embriões em cultivo até a fase de blastocisto, entre 5º e 7º dia. O que vai acontecer é que os embriões que não tem nenhuma possibilidade de virar nenê, porque sua carga genética não é adequada, costumam parar o desenvolvimento naturalmente, eliminando sem nossa intervenção, os embriões de carga genética inadequada.
  8. De modo simplificado e dependendo de inúmeros fatores, o principal, a idade materna, metade dos embriões param seu desenvolvimento até a fase de blastocisto.
  9. Não que os embriões em fase de blastocisto determinem 100% de gravidez, é a mesma chance que em 2º ou 3º dia, em torno de 30-50%, dependendo da idade materna.
  10. Se os ovários ficarem muito grandes, com recuperação de muitos óvulos, é melhor não transferir neste ciclo para melhorar as chances de gravidez e evitar intercorrências futuras, como a síndrome de hiperestimulação ovariana.
  11. Finalizando, se você tiver muitos embriões talvez valha a pena aguardar o desenvolvimento dos embriões até blastocisto. 

Definição do número de embriões a serem transferidos

Existe uma normativa do Conselho Federal de Medicina de 2010 que estipulou o número de embriões a serem transferidos de acordo com a idade materna:

  • Até 35 anos – transfere até 2 embriões
  • De 36 a 39 anos – até 3 embriões
  • Acima de 39 anos – até 4 embriões

A ideia é diminuir a multigestação (gravidez de gêmeos), e de fato a tendência é diminuir o número de embriões transferidos. Se observarmos os serviços internacionais, cada dia mais se faz a SET (Single Embryo Transfer), transferência de embrião único, trazendo as taxas de gemelaridade para a normalidade das estatísticas.

A ideia inicial de transferência múltipla visava melhorar os resultados. Com a melhora significativa do sistema de congelamento embrionário, não se justifica mais tal determinação, o que nos sugere a transferência de no máximo dois embriões por tentativa, congelando os restantes para uma nova tentativa futura.

Ultrassonografia como guia do cateter de transferência

Esse é um ponto pacífico atualmente, que as transferências devam ser guiadas por imagem ultrassonográfica. Essa tática permite facilitar a visualização do caminho do cateter externo que procura achar o orifício interno do colo uterino, entrada da cavidade uterina, onde será depositado os embriões através do cateter interno.

É condição que facilita também a visualização do lugar onde devemos deixar os embriões na cavidade uterina, e que facilita mostrar ao casal, onde eles foram depositados. 

Os embriões são microscópicos não sendo possível sua visualização a olho nu, mas como o sistema de carregar o cateter com embriões, envolve uma tática de colocar os embriões como em um sanduiche no meio de duas bolhas de ar, isso deixa uma marca branca visível no ultrassom, que demonstra o local em que os embriões ficaram na cavidade uterina.

A segurança que os embriões ficaram na cavidade uterina é reforçada pela nova avaliação microscópica do cateter interno, onde os embriões se encontravam, logo após sua retirada do útero.

Como se preparar para uma gravidez saudável?

O único preparo que facilita este momento é estar com a bexiga parcialmente repleta, fazendo uma janela que permite visualizar o útero e endométrio com perfeição. Não é necessário jejum, pode se alimentar.

É necessário o repouso após transferência embrionária?

Não é necessário nenhum repouso após transferência embrionária. 

Isto significa que os trabalhos mostram que a atividade física não interfere nos resultados deste tratamento. Você pode andar, subir escadas, dirigir sem restrições. Lógico que atividades intensas, devem ser evitadas, principalmente porque fará com que você tenha um aumento da circulação sanguínea, e se já estivesse para sangrar, será nessa hora que acontecerá, e ficará a impressão que perdeu sua gestação por atividade física. Não foi, mas ninguém conseguirá tirar de sua cabeça esta situação.

É necessário suplementação hormonal?

A suplementação hormonal é realizada pela maioria dos serviços de reprodução humana, mas não é consenso. Nós realizamos a suplementação hormonal com o objetivo de eliminar as possibilidades de que qualquer flutuação hormonal possa interferir nos resultados.

Como é feita a preparação endometrial

A progesterona utilizada via vaginal atinge melhores concentrações no útero, dando maior estabilidade em suas concentrações, o que permite maior tranquilidade em seu acompanhamento pós-transferência. Após 14 dias quando será realizado os testes de gravidez, tendo um resultado positivo, podemos passar essa medicação para via oral, facilitando sua administração.

Atividade sexual pode?

O útero tem contratilidade durante toda sua vida, mas é imperceptível enquanto vazio. Durante atividade sexual esta atividade se acentua no orgasmo feminino, de forma que é possível existir sangramentos após sexo. Não que esta será a causa de perdas embrionárias, mas será nessa hora que sangrará, trazendo novamente uma sensação de culpa inestimável.


Volto a insistir, o que fará ocorrer uma gestação será um embrião com carga genética adequada – 46, XX ou 46, XY, e um endométrio adequado para fase de desenvolvimento do embrião.

Boa sorte e vamos adiante que seu teste de gravidez será daqui 14 dias….

Agende sua consulta pelo Whatsapp, (16) 99791-7425 ou pelo telefone (16) 3421-9707.

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