A Doação de óvulos e espermatozoides está indicada nos casais inférteis em que um ou ambos, não possuem gametas, ou no caso em que um possua doença genética com grandes chances de ser transmitida a seus descendentes.
Por lei a doação é:
- anônima,
- gratuita,
- voluntária,
- e no caso dos óvulos, realizada por pacientes em tratamento de infertilidade ou por doação voluntária, lembrando sempre que deverá ser anônima, ou seja, quem doar voluntariamente não pode ser para parente ou conhecida(o).
Doação de espermatozoides
Para a doação de espermatozoides, contamos com um Banco de Sêmen que possui centenas de amostras. A doação de espermatozoides pode ser utilizada tanto para Inseminação quanto para FIV/ICSI. O Banco de Sêmen de Doadores Anônimos mantém sêmen de homens que voluntariamente doaram seus gametas para casais cujo marido apresenta infertilidade que não pode ser tratada ou doença hereditária conhecida, como por exemplo, hemofilia.
O casal pode escolher o sêmen baseando-se nas características do doador.
As principais características que podem ser escolhidas em lista fornecida pelo banco de sêmen são:
- origem ética,
- raça,
- tipagem sanguínea,
- cor da pele,
- cor dos olhos e cabelos,
- peso e estatura,
- constituição física,
- profissão,
- hobby,
- preferências: alimentares, de cor, animal, viagem e música,
- se é fumante,
- serviço militar,
- idiomas,
- deficiência visual, auditiva, alergias
- cuidados no dentista,
- atividade física,
- dieta suplementar e
- ocorrência de gêmeos na família.
O sêmen de doador é rigorosamente testado contra doenças potencialmente transmissíveis e doenças genéticas. O banco de sêmen garante uma investigação clínica no doador para que a utilização da amostra seja sigilosa e segura. Para ser um doador, a pessoa deve ter no máximo 40 anos e precisa passar por diversos pré-requisitos para ser aceita por um banco de sêmen, além de responder a um questionário detalhado, passando por uma bateria de exames (onde são detectadas doenças transmissíveis como a Aids, sífilis, hepatite e doenças hereditárias).
Poderá ser utilizada amostra de banco de sêmen nacional, solicitada em São Paulo, em serviço ligado ao Hospital Albert Einstein. A amostra é escolhida em lista com diversas opções, solicitada após escolha de 6 amostras de sua maior preferência e chega em torno de 1 semana.
A escolha em banco de sêmen internacional também pode ser realizada. Segue em linhas gerais os mesmos parâmetros com algumas variantes, é mais demorada e pode levar até 3 meses para chegar em decorrência de entraves alfandegários.
Doação de óvulos
Para a doação de óvulos, os óvulos de uma mulher (doadora) são doados a outra (receptora). Essa doação ocorre entre mulheres que estejam realizando tratamento de infertilidade (doação compartilhada) ou por doação voluntária.
A doadora tomará medicamentos para induzir a produção de óvulos, procedimento padrão ao tratamento de FIV/ICSI que ela irá realizar ou só para estimulação ovariana. Já a receptora somente deverá ter seu útero preparado com hormônios para receber os embriões, pois não existe indução de ovulação.
Após a coleta de óvulos para o tratamento, uma parte será fertilizada com os espermatozoides do marido da doadora, ou seja, formarão embriões a serem transferidos somente para a doadora; já a outra parte será fertilizada com os espermatozoides do marido da receptora, sendo os embriões transferidos somente para a mesma. A autorização para realização de doação/recepção de óvulos é definida previamente por um consentimento assinado pelos casais.
Desta forma, os embriões transferidos para o útero da receptora, serão formados pelo espermatozoide do próprio marido e o óvulo de uma doadora. Em ambos os casos, o pré-natal é igual ao de uma gravidez concebida naturalmente e a mãe poderá amamentar sem nenhuma diferença de uma gravidez espontânea.
A doação de óvulos no Brasil é regida por normas do Conselho Federal de medicina atualizada em 2017; é ética e legal, contanto que não haja fins comerciais e seja anônima. A doação não pode ter caráter lucrativo ou comercial. As doadoras e receptoras não podem se conhecer, e obrigatoriamente serão mantidos o sigilo e o anonimato.
Além disso, a legislação não permite doação entre familiares. A escolha de doadoras baseia-se na saúde e semelhança física, imunológica e à máxima compatibilidade entre doadora e receptora; é de responsabilidade dos médicos que avaliam o caso ( médico assistente ), conforme normativa do Conselho Federal de Medicina.