Em recente meta-análise publicada na revista Human Reproduction, os autores Justin e cols (Human Reproduction, Volume 33, Edição 1, 1 de janeiro de 2018, Páginas 65-80) evidenciaram a importância da vitamina D em pacientes que se submeteram a tratamentos de reprodução humana e também para a correta evolução da gestação.

Houve um interesse recente no papel da vitamina D na fisiologia reprodutiva, uma vez que os resultados mostraram que 20-52% das mulheres em idade reprodutiva são deficientes em vitamina D.

Ações da Vitamina D

A vitamina D é importante no processo de implantação da gravidez, já que enzimas e receptores de vitamina D foram encontrados no endométrio.

Além disso, verificou-se que a deficiência de vitamina D causa diminuição da fertilidade, hipogonadismo e hipoplasia uterina em estudos com animais.

Nos seres humanos, a importância da vitamina D na função placentária é o aspecto mais estudado na reprodução. Especificamente, a deficiência de vitamina D tem sido associada a um desenvolvimento ruim da placenta (placentação), levando a distúrbios hipertensivos da gravidez (pré-eclâmpsia e hipertensão induzida pela gravidez) e restrição de crescimento fetal.

Mais recentemente, foi proposto que a vitamina D pode ser um regulador da implantação inicial do embrião e que a implantação pode ser inadequada, devido à deficiência de vitamina D.

Fontes de vitamina D e níveis de normalidade

Nossa principal fonte de vitamina D, um hormônio esteroide solúvel em gordura, é a luz solar. Apenas uma pequena quantidade é obtida de nossa dieta. A maioria da vitamina D do corpo está na forma de vitamina D3 (colecalciferol), que é sintetizado quimicamente na pele.

As concentrações de vitamina D são geralmente medidas pela concentração de 25-hidroxi vitamina D3.

Níveis de vitamina D medida no sangue:

  1. concentrações séricas < 20 ng / ml. Muito ruim
  2. concentração de 21-29 ng / ml é considerada insuficiente
  3. maior que 30 ng / ml é considerado adequada pelas Sociedade Endócrinas.
  4. concentrações séricas acima de 150 ng / ml estão associadas com toxicidade e efeitos adversos.

Especialistas em nutrição sugeriram que as pessoas correm o risco de efeitos prejudiciais no metabolismo geral pela deficiência de vitamina D.

A vitamina D do soro deve ser testada antes do início do tratamento para permitir tempo para a correção da deficiência.

Evidências de sua ação

Alguns estudos demonstram que concentrações adequadas de vitamina D em pacientes que se submetem a tratamento de reprodução humana, levam a um aumento de gravidez clínica e taxas de nascidos vivos.

Variações sazonais nas taxas de concepção foram estabelecidas, com maiores taxas de concepção encontradas no Verão e no Outono. É possível que um aumento da exposição ao sol e uma maior luminosidade da luz solar aumentem a quantidade de vitamina D no corpo, resultando em maiores taxas de concepção no Verão e no Outono.

Isso apoiaria a hipótese de que a vitamina D afeta a implantação embrionária.

O aborto espontâneo não parece estar associado ao estado de vitamina D.

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Mecanismo de atuação

A forma de atuação da vitamina D está relacionada à imunomodulação que provoca no endométrio com redução resultante sobre as citocinas inflamatórias ativas.

A expressão de receptores de vitamina D a nível do endométrio e o papel da vitamina D na transcrição do gene HOX10A (que se revela de importância fundamental na implantação) sugerem que os efeitos imunomoduladores da vitamina D podem ter um impacto direto na implantação e, portanto, na probabilidade de sucesso no tratamento reprodutivo.

Origem étnica e sua associação com a vitamina D

A etnicidade também foi encontrada como um marcador prognóstico para o sucesso do tratamento de FIV, com mulheres de origens étnicas asiáticas e negras apresentando piores resultados reprodutivos.

Uma possível explicação para esta descoberta poderia ser a menor concentração sérica de vitamina D nesses grupos étnicos ou diferenças nos polimorfismos do gene receptor de vitamina D diminuindo sua ação fisiológica no metabolismo corporal.

O teste dos níveis sanguíneos de vitamina D é relativamente barato e amplamente disponível e seu tratamento não é caro.

A correção da deficiência de vitamina D também seria benéfica durante a gravidez, uma vez que as concentrações de vitamina D adequadas reduziram o risco de complicações obstétricas, como:

  1. diabetes gestacional;
  2. pré-eclâmpsia e;
  3. restrição de crescimento fetal intra-útero.

A suplementação diária com 2.000 UI de vitamina D faz parte dos preparos necessários ao tratamento de reprodução humana além de outras vitaminas antioxidantes, que melhoram seu metabolismo geral e das células reprodutivas –  óvulos e espermatozoides.

Ficou alguma dúvida? Entre em contato com um Especialista em Reprodução Humana e saiba como ele pode lhe ajudar!

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