Iniciaremos hoje uma série dividida em 4 posts, com informações publicadas na revista Fertility & Sterility, sobre a Otimização da Fertilidade Natural.
Este documento com recomendações, baseado num consenso de opinião do Comitê Clínico da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, para aconselhar casais / indivíduos sobre como eles podem otimizar a probabilidade de engravidar, quando não há história de infertilidade ou razão para questionar seu potencial de fertilidade.
Serão abordados tópicos como o ENVELHECIMENTO, a FREQUÊNCIA ideal de relações sexuais, o MONITORAMENTO da ovulação, DIETA e ESTILO de VIDA, dentre outros.
Começaremos tratando da FERTILIDADE e o ENVELHECIMENTO
e FREQUÊNCIA de RELAÇÕES SEXUAIS
O que é fertilidade?
Fertilidade é definida como a capacidade de produzir uma criança. Considerando que a probabilidade de concepção permanece relativamente estável de ciclo para ciclo para os mesmos indivíduos, geralmente ela é maior nos primeiros meses de relações sexuais desprotegidas ou com exposição ao esperma e diminui gradualmente posteriormente na população como um todo.
Aproximadamente 80% dos casais vão conceber nos primeiros 6 meses de tentativa de gravidez. A probabilidade de gravidez por mês é maior nos primeiros 3 meses de tentativa. A fertilidade relativa diminui cerca de metade entre as mulheres dos 20 para os 30 anos.
A fertilidade varia entre as populações e diminui com a idade em ambos homens e mulheres, mas os efeitos da idade são muito mais pronunciados em mulheres.
Para as mulheres, a chance de concepção diminui significativamente após os 35 anos de idade.
Os parâmetros seminais nos homens também pioram após 35 anos de idade, porém, a fertilidade não parece ser afetada antes de aproximadamente 50 anos.
A infertilidade é uma doença, definida como a incapacidade de conseguir uma gravidez bem-sucedida depois de 12 meses ou mais de relações sexuais desprotegidas.
Para o esperma, uma avaliação prévia e tratamento podem justificar-se com base em história clínica e achados físicos.
Para mulheres com idade acima de 35 anos, sem concepção deve-se investigar devido ao declínio da fertilidade ocorrido com a idade.
FREQUÊNCIA DE RELAÇÕES SEXUAIS
Em alguns casos, os médicos podem precisar explicar os fundamentos do sistema reprodutivo.
Pode-se ajudar a definir uma frequência ótima de relações sexuais, considerando que a abstinência sexual com intervalos maiores que 5 dias, pode afetar negativamente a contagem de espermatozoides. Intervalos de abstinência de até 2 dias estão associados a densidades normais de espermatozoides.
Existe uma percepção errada que as ejaculações frequentes diminuem a fertilidade masculina. Um estudo retrospectivo que analisou quase 10.000 amostras de sêmen observou que surpreendentemente, em homens com qualidade normal do sêmen, concentrações espermáticas e motilidade permanecem normais, mesmo com ejaculação diária.
Em homens com oligozoospermia, concentração de esperma e motilidade podem ser maiores com ejaculação diária.
Os intervalos de abstinência também não parecem afetar a morfologia do espermatozoide, tal como avaliado por critérios “estritos”. Contudo, após intervalos de abstinência maiores que 10 dias ou mais, parâmetros do sêmen começam a deteriorar-se, embora os estudos dos parâmetros quantitativos do sêmen não possam prever com precisão a integridade e capacidade funcional do esperma.
Embora a evidência sugira que relações cotidianas possam conferir uma ligeira vantagem, recomendações específicas sobre a frequência das relações sexuais podem induzir desnecessariamente o estresse.
Em um estudo envolvendo 221 casais presumivelmente férteis planejando conceber, a maior fecundabilidade do ciclo (37% por ciclo) foi associada à relação sexual diária.
Intercurso em dias alternados produziram uma taxa de prenhez comparável por ciclo (33%), mas a probabilidade de sucesso diminuiu para 15% quando as relações sexuais ocorreram apenas uma vez por semana.
Os sintomas associados à tentativa de engravidar podem reduzir a atração sexual, a satisfação e a freqüência da relação sexual. Esses parâmetros são ainda mais agravados quando o momento do relacionamento está ligado aos métodos preditores da ovulação ou segue um cronograma rígido.
Os casais devem ser informados de que a eficiência reprodutiva aumenta com a freqüência das relações sexuais e é mais elevada quando a relação sexual ocorre a cada 1 a 2 dias, mas é aconselhável que a melhor freqüência de relações sexuais seja definida por sua própria preferência dentro desse contexto.